27 de abril de 2016

A rotina de um funcionário da Yanmar na Expedição Japonesa de Pesquisa na Antártica

Você sabe qual o papel da Yanmar na Estação Showa, na Antártica? Veja a seguir um registro fotográfico feito diretamente da Estação.

Você sabe quais trabalhos são realizados na Estação Showa, instalada no Círculo Antártico? A Estação Showa, uma das estações japonesas de pesquisas científicas, possui uma equipe permanente de aproximadamente 30 pessoas que desenvolvem pesquisas em diferentes áreas, entre elas, pesquisas climáticas, geológicas e biológicas. Esses dados de pesquisa são fundamentais para entendermos as condições atuais da Terra e prevermos mudanças.

Além de pesquisadores especializados, a Expedição Japonesa de Pesquisa na Antártica (JARE) possui também membros responsáveis por uma série de tarefas, que incluem manutenção de equipamentos e suporte médico e alimentar. O funcionário da Yanmar faz parte dessa equipe. O uso de geradores 6RL-T da Yanmar para abastecer a Estação Showa foi o que levou à presença de um engenheiro da Unidade de Soluções Energéticas da Yanmar em uma expedição de inverno à Antártica – em 1983, e ainda hoje, após mais de 30 anos.

O funcionário designado pela Yanmar é responsável por controlar o combustível dos geradores, pela manutenção de tubulações e fiações e por prevenir possíveis problemas com os geradores. Como a eletricidade e o calor produzidos pelo gerador abastecem não apenas as instalações e equipamentos de pesquisa, mas também sistemas de aquecimento de água, aquecedores e a rede de iluminação, uma falha no fornecimento de energia pode representar riscos a todos na Estação. Sendo o único engenheiro especializado na equipe, ele terá que resolver rapidamente qualquer problema que possa vir a ocorrer. Não é um trabalho fácil.

A página oficial da Yanmar no Facebook traz notícias sobre a Estação Showa na Antártica desde outubro de 2012. Publicamos atualizações uma ou duas vezes ao mês, mostrando um pouco da rotina e do trabalho em condições extremas na Estação. Com o encerramento da 56ª JARE e seu retorno ao Japão em março de 2016, trazemos a você uma compilação dos relatos publicados durante um ano por um dos membros da 56ª JARE, Yusuke Takagi, da Unidade de Soluções Energéticas. Vamos então conhecer um pouco mais sobre a participação da Yanmar na Estação Showa, na Antártica.

Abril a Junho. Início da 56ª expedição – a rotina de um novo membro da expedição

■A primeira tarefa é determinar a profundidade da neve

Yusuke Takagi deixa o Japão a bordo da 56ª expedição. A expedição segue pela Austrália até chegar ao Círculo Antártico e, depois, à Estação Showa, em 24 de dezembro de 2014.
Após passar quase dois meses fazendo a transição das operações, a 55ª expedição se prepara para retornar ao Japão, enquanto Yusuke Takagi e os outros membros da 56ª expedição se preparam para iniciar o próximo ano de trabalho na Antártica.

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A primeira coisa que apresentam a Yusuke é a estranha luz que irradia da Estação e incide diretamente no céu noturno da Antártica.

Chamada Micro Pulse LiDAR (MPL), essa luz é usada para determinar a altura da neve. Embora o feixe não seja visível nem mesmo na mais total escuridão, quando neva, a luz refletida dos flocos de neve deixa o feixe visível, assim como ocorre quando vemos a luz refletida dos flocos de neve em fotografias.

Com capacidade para determinar níveis de neve de até 60 quilômetros de altura, esses dados são depois aplicados à previsão de mudanças climáticas.

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■Eventos típicos desta época do ano quebram a monotonia.

No dia 5 de maio, o Festival Japonês que marca o Dia dos Meninos é comemorado até mesmo na Estação Showa, com bandeiras em forma de carpas hasteadas e capacetes típicos dos samurais. Embora o mau tempo só tenha permitido que elas ficassem expostas por pouco tempo, as carpas nadaram vigorosamente pelo céu da Antártica.

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Um churrasco muda a rotina das refeições que normalmente ocorrem no refeitório da Estação.

Porém, com a temperatura lá fora chegando a 20 graus negativos, o churrasco foi realizado no conforto da área equipada com sistema de ventilação, que utiliza energia natural para manter o ambiente climatizado. Mesmo sendo as mesmas companhias de sempre, o novo cenário inspirou conversas animadas entre a equipe. Depois desse tempo todo trabalhando, estávamos precisando de um evento como esse.

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Julho a Setembro. Festival anual, no pico de trabalho do inverno

■Um festival em pleno inverno para aplacar o período mais cruel dessa estação na Antártica.

Com a chegada de junho, começa também o período, inconcebível para a maioria das pessoas, da noite polar, quando o sol não nasce por intermináveis dias.

Os membros organizam um "festival de inverno" com duração de 5 dias, para levantar o astral durante esse período de escuridão e desânimo. A fotografia é de uma guerra de neve. Erguendo um abrigo dentro do acampamento para transformá-lo em um verdadeiro campo de batalha.

O ponto alto do "festival de inverno" foi o banquete de 2 dias oferecido aos membros. Faziam parte da 56ª expedição 2 chefs profissionais, um nascido na França e o outro originário da cozinha japonesa. Por dois dias, todos colocaram seus trajes de gala e se deliciaram com a fina culinária japonesa no primeiro dia e uma refeição francesa completa no último dia.

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■Trabalhando a céu aberto em pleno inverno polar — construção de uma estrada e geração de energia eólica

Responsável pela manutenção dos geradores, o funcionário da Yanmar participa de trabalhos externos.

Um dos trabalhos é a construção de uma estrada até a área costeira de Langhovde, a cerca de 30 quilômetros da Estação Showa. Langhovde é um local de pesquisa que fica do outro lado da geleira, com acesso por carro.

Durante o percurso, é possível medir a espessura da geleira, mas é preciso atenção para desviar de perigos como rachaduras no gelo cortando a estrada ou cadeias de elevações parecidas com montanhas, formadas pela pressão exercida por uma placa de gelo sobre outra.

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Com relação ao uso de energia natural na Estação Showa, o que fascinou mesmo Yusuke foi o formato diferente do sistema de energia eólica.

Enquanto os sistemas comuns de energia eólica utilizam turbinas com hélices, o sistema da Estação Showa possui turbinas colunares, isto é, em formato de colunas. Durante nevascas, os ventos podem chegar a 40 m/s. Por esse motivo, as turbinas precisam ser resistentes para suportar ventos tão fortes.

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Outubro a Dezembro. Primavera no Polo Sul – pesquisa de campo significa pesquisa com pinguins

■Com a temporada de reprodução dos pinguins se aproximando, começam as pesquisas relacionadas a locais de reprodução e tamanho das populações de pinguins

O longo inverno caminha para o fim, e a primavera chega na Antártica. A primavera é o período do ano em que se iniciam as pesquisas sobre os pinguins de adélia, pois é quando eles retornam para criar seus filhotes nos arredores da Estação Showa.

Como os pinguins de adélia retornam todo ano ao seu lugar de origem para criar os filhotes, a análise das camadas geológicas dessa área nos ajuda a entender como era a ecologia da região em períodos remotos.

As áreas onde os pinguins nidificam são conhecidas como colônias de reprodução (em inglês, rookery). As pequenas pedras espalhadas vistas na fotografia são amontoadas pelos pinguins para evitar que os ovos rolem pelo terreno ou fiquem gelados por causa da neve derretida. Quanta história guardam essas camadas!

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Quando os pinguins retornam aos ninhos, em novembro, as atividades dos pesquisadores da expedição concentram-se em identificar o tamanho das populações e realizar um censo demográfico dos pinguins.

Antes de retornarem às colônias de reprodução, os pinguins se instalam ao longo da costa norte da Antártica, porém, ainda não sabemos onde exatamente eles formam os pares para reprodução.

Pinguim contemplando o oceano perto da colônia de reprodução. Ao tirar essas fotos, Yusuke deixa a imaginação correr solta enquanto se pergunta se haveria uma esposa esperando pelo pinguim ou se ele teria sido abandonado pelo amor da sua vida.

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■Iniciativas voltadas ao Japão e trabalho colaborativo com estações de pesquisa de outros países.

A fotografia é da "Operação Gelo". Ela mostra pesquisadores quebrando blocos de gelo de um iceberg para trazer ao Japão quando retornarem. O gelo extraído será então usado pelo Centro de Estudos sobre a Antártica, no Japão, para que as pessoas em geral possam conhecer e entender melhor as atividades desenvolvidas na Estação.

Diferentemente do gelo comum, o gelo antártico é formado por neve comprimida, o que faz com que uma grande quantidade de bolhas de ar fiquem presas no interior do gelo. Como essas bolhas presas no gelo são basicamente cápsulas de ar comprimido misturado com neve, a análise do gelo extraído de grandes profundidades permite que os pesquisadores identifiquem quais eram os componentes atmosféricos há milhões de anos.

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Para viagens entre a Estação Novolazarevskaya e estações mais distantes, um tanque de combustível não é suficiente. Dessa forma, outras estações no meio do caminho ajudam com o reabastecimento dos aviões. A Estação Showa não só ajuda com o reabastecimento, mas tem papel fundamental na construção de pistas de pouso na geleira.

Durante o período de um ano em que esteve com a expedição, Yusuke presenciou 3 aterrissagens. Em uma delas, após responder ao chamado de um avião russo no meio da noite, ele recebeu legumes e verduras frescos dos membros da expedição russa que estavam a bordo do avião.

Na noite seguinte, a equipe toda saboreou saladas feitas com produtos frescos.

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Janeiro a Fevereiro. Chegada da equipe da 57ª expedição – os últimos 2 meses na Antártica

■A 57ª expedição faz uma boa viagem.

A missão de Yusuke na Antártica está chegando ao fim.
Faz muito tempo que ele não conversa com alguém que não seja os 25 membros da 56ª expedição. É muita emoção.

Na 57ª expedição, está o sucessor de Yusuke – Takaaki Ishikawa, que ficará responsável pelos sistemas de geração de energia. O trabalho de Yusuke na Antártica está praticamente concluído.

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■Concluindo o ano de trabalho, eles embarcam de volta para casa

A recém-chegada 57ª expedição já trabalha a todo vapor. Substituindo o gerador com a ajuda de especialistas em motores a diesel que chegaram no navio de pesquisa da Antártica, "Shirase". Dessa vez, o "Shirase" trouxe membros mulheres, e uma delas ajudou a trocar os geradores. Hoje, a diversidade é muito valorizada também nas estações de pesquisa na Antártica.

E, assim, o posto é definitivamente entregue ao Takaaki. Após 14 meses, o trabalho de Yusuke na Antártica é concluído.

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E estes foram os relatos de Yusuke Takagi, da Unidade de Soluções Energéticas da Yanmar, sobre a 56ª JARE. Embora nem todas as operações tenham sido abordadas aqui, pretendemos, com esta amostra, apresentar aos leitores um pouco do trabalho extraordinário realizado na Antártica.

Assim como Yusuke, Takaaki Ishikawa, da Unidade de Soluções Energéticas, também relatou suas experiências durante a 57ª JARE, que foram publicadas na página oficial da Yanmar no Facebook. Se você gostou, confira também os Relatos do Takaaki no Facebook.

Consulte o site regularmente para ver novos artigos em Y MÍDIA sobre a Expedição Japonesa de Pesquisa na Antártica (JARE).